sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Um Olhar Social

Convite incerto

Numa mesa redonda, naqueles nossos parlamentos informais em que todos temos ideais, opiniões, razões e fundamentos. Praticamente a conversa é interminável, porque gira todo o tipo de bebida. Alguns tomam wisk, Laurentina Preta, Manica, Gin, refresco, sumo Santal ou Ceres e outros pela santa fé preferem uma água mineral de preferência Vumba. O papo anima, começa sempre leve, desenvolve-se e chega ao apogeu onde as sensibilidades humanas e a moral são difíceis de controlar.
Desta vez, foi num daqueles lugares habituais, algures na baixa da cidade, que quando o salário sai, cada um quer fazer o melhor para compensar o seu esforço mensal. Para nós a nossa emoção é controlada pela consciência enquanto para os outros o álcool é que determina o limite de concentração. A ideia desses pequenos encontros é de conviver entre macuas, mas como estamos num país onde a unidade nacional é preponderante, acabam participando outros irmãos e amigos de outras províncias e o debate fica aceso. Cada um defende os seus interesses, de acordo com a sua visão. Muitos puxam a sardinha para a sua brasa, alguns falam mal, porque o álcool já não se controla, outros moderam e enfim, a vida vai andando, as horas passam e a vontade de pensar em casa diminui.
Tudo numa convivência harmoniosa para labutar as belas paisagens da capital do país, que lá viver é uma honra. Muitos têm sido os debates, não há agenda única, todos lançam premissas e esperam reacções, uma espécie de tempo aristotélico, em que nenhuma resposta é válida, todas são discutíveis e importantes. Muitas vezes, é uma repetição sobre o resumo da agenda nacional dos jornais e cada um vai dando o seu ponto de vista. É natural e normal. Fala-se da academia, desporto, notícias, política, pesca, ciência e muitos outros temas de índole social.

Naquele dia, as horas passaram rapidamente, a tarde estava quente, 40º na cidade de Maputo e para os amantes da cerveja, era a altura de aproveitar a promoção de 3 por 100. Falou-se de tudo, mas no final alguém chama o meu nome com gritos serenos da noite e num eco repetiu-se várias vezes. Senti-me um noctívago, porque andar de noite não é minha praia. Disse em voz alta, conte-nos sobre os Benefícios Sociais das Areias pesadas de Sangage. No fundo, fiquei a tremer por pensar no julgamento de Castelo Branco, por isso achei um convite incerto. Talvez, tenha coragem de contar no próximo texto.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Um olhar linguístico


E-koty, Língua ou Dialecto?



Antes de considerar que o E-koty(1) seja uma língua ou dialecto, gostaria primeiro de colocar uma questão banal, a qual nos ajudaria a chegar a uma conclusão sobre a problem ática da língua E-koty. O que é uma língua e o que é um dialecto?
O problema linguistico de Mo çambique começa com o colonizador europeu que durante anos aniquilou a cultura e aspectos linguísticos dos moçambicanos e muitos ainda permanecem nessa barbárie. Aliás, em Moçambique a população foi convencida de que não tinha língua e tudo o que eles falavam era dialecto.
Gostaria primeiro de me centrar neste aspecto para melhor ser percebido. Em princípio colocaria uma outra questão: se os portugueses afirmavam que as línguas nacionais eram dialectos, qual seria a língua original desses dialectos? Será que eles eram também ignorantes, até ao ponto de não conhecer  o verdadeiro conceito de dialecto?
Se calhar os portugueses não conheciam o princípio de Ferdinand de Saussure que afirma o seguinte:
A língua é um conjunto de regras funcionais, estruturadas em vários níveis ou subsistemas que são comuns a todos os membros de uma sociedade. Enquanto que:
O dialecto é uma variedade de uma língua histórica que caracteriza formas de falar específicas de lugares, estratos sociais, faixas etárias com os seus registos próprios quanto a formalidade da situação de comunicação.
Partindo destes dois conceitos, em que ponto podemos situar a língua E-koty? Será que se trata de uma língua? Ou de um dialecto?
Alguns linguistas avançam que a língua E-koty é um dialecto. Perguntaria de novo, qual é a sua língua histórica, da qual o tal E-koty surgiu? Se ninguém traz evidências linguísticas, continuo a refutar esta hipótese, porque o E-koty provém de uma mistura do Swahili e do Árabe , quanto ao seu processo de formação. Facto que é natural para o surgimento de muitas línguas.
Assim, a língua E-koty passou a ser falada em muitas ilhas de Angoche, tais como: Catamoyo, Yarupa, Kelelene, Buzu e muitas outras e especialmente no Distrito de Angoche. Esta língua ganhou uma popularidade durante séculos e enraizou-se neste distrito, veiculando os diversos saberes e facilitando a comunhão entre os habitantes daquela zona. Seria esta, um dialecto? Claro que não, porque as suas formas linguísticas, especialmente a sintaxe, a semântica, a morfologia, a fonologia, a fonética são diferentes da língua E-makua, esta que se desconfia ser a língua mãe, da qual o E-Koty teria se formado.
Vejamos uma estrutura típica do Ekoty, comparando com o E-makua, assim podemos até acreditar que o E-koty nunca foi variante de E-makua, mas ambas as línguas coabitam no mesmo espaço, eis:
Lingua E-koty:   Assimana anrafuna swi. (as crianças comem peixe)
Lingua E-makua: Achinamuane ankura ehopa. (as crianças comem peixe)
Apesar da presença de alguns prefixos nas duas frases, especialmente o a- e an isto não quer dizer que uma língua é variante da outra, mas trata-se da semelhança de alguns grafemas das línguas bantu. Se algum som, ou seja uma palavra de uma língua X assemelha-se a Y, e elas são faladas no mesmo espaço, não quer dizer esta é uma variante da outra. Estaríamos desta forma a ignorar o estudo sistemático da linguística e afirmar por uma simples inferência.
Salienta-se que seria necessário fazer um estudo mais aprofundado, visto que a língua E-koty é pouco explorada, mas afirmar que esta é um dialecto seria, também, ignorar as diferentes variações que esta língua toma, em diversas regiões em que é falada. Seria, pois, útil de trazer factos convincentes para ilustrar uma hipótese, apesar dos meus serem pobres, mas reflectem que o E-koty é uma língua.
 (1) L íngua falada no Distrito de Angoche, na prov íncia de Nampula-Mo çambique

Uma visão cultural

O sincretismo cultural em Angoche,

uma marca de identidade

"O sincretismo cultural é uma área do Etnocentrismo e da Antropologia que estuda a relação entre as duas ou mais culturas. Este procura encontrar os alicerces que formam ou unem estas culturas, no que dá origem a uma identidade una, a qual poderá ser partilhada por um grupo de pessoas."

Peter Fry – citado em Ferretti (2001, p. 22) explica que os conceitos de pureza, mistura e sincretismo são construções essencialmente sociais que tendem a aparecer em ocasião de disputa de poder e hegemonia. Essa ocasião de disputa e hegemonia tão característica do período colonial nunca terminou, apenas sofreu modificações impostas pelo tempo e pelas tentativas de apaziguamento dos conflitos. Nesse sentido, o sincretismo pode ser considerado uma forma de apaziguamento que ainda existe e hoje na forma de discurso.
O caso particular de Angoche, o sincretismo é muito complexo porque se situa em três estágios socioculturais:
Estágio 1: A colonização mercantil árabo-persa. Nesta época verifica-se a assimilação linguística-cultural e o abandono parcial dos hábitos bantus. A população passou a ter um novo modelo de vida, centrado nas práticas religiosas e o ensino do alcorão.
Estágio 2: A presença portuguesa com a sua política de Assimilação baniu, deste modo, alguns hábitos locais. Obrigou o povo a assimilar a cultura lusa e os hábitos inerentes a estes. Não só pelos costumes, mas a língua sofreu, também, mutações. A religião predominante nesta época é a cristã.
Estágio 3: Contacto entre o povo do interior e os angocheanos. A partir 1986 começa a haver uma afluência dos povos provenientes das circunscrições administrativas de Angoche, devido a guerra. Estes instalam-se nas zonas dos planaltos designadas por Bairro da Horta. Assim, houve uma mistura de hábitos do interior e do litoral.

Apesar da intensiva colonização portuguesa, a presença dos traços árabes dominou a esfera social de Angoche e se afeiçoou a cultura, de tal forma que a religião muçulmana passou a ser definida como uma identidade cultural. Neste âmbito, verificam-se as relíquias arquitectónicas como o caso do modelo de construção das mesquitas, o ensino do alcorão e a forma de vestir, mas isto predomina principalmente numa zona chamada ingúri, onde vive a maioria esmagadora.

Ao passo os indivíduos que se instalaram nas zonas altas professam uma religião diferente dos nativos, a cristã. Este caso provoca formas discursivas pejorativas, o caso de Amakua (1) (macuas) ou Anampaironi (habitantes do bairro). Estas designações são atribuídas os indivíduos que saem do interior para se instalar neste Distrito. Este termo conota um indivíduo sem cultura, com falta de civismo e sem regras de etiqueta.

Uma vez que os anampaironis(2) professam uma religião diferente dos nativos, esta serve para identificar os traços culturais de cada indivíduo. Mas as duas culturas coabitam no mesmo espaço. Havendo respeito entre os habitantes do Ingúri com os do bairro da horta e ambos consideram as crenças e os costumes de cada grupo, sem nenhuma discriminação.

(1) Forma pejorativa que os nativos de Angoche usam para ofender os individuos provenientes do interior. Em termos linguisticos, ou seja com uma analise morfologica profunda este termo provem da palavra macua, acrescentado o prefixo a- passa a ser os macuas.

(2) Com base no exemplo 1, este termo serve para o mesmo proposito, mas anamapaironi, vem do verbo bairro e linguisticamente significa habitantes do bairro.

sábado, 18 de julho de 2009

Um olhar antropológico



A exuberância das construções arquitectónicas e a herança árabe,
caso da Mesquita de Catamoyo

Num presente, muito mais que presente, que a história insiste em recordar, Angoche continua sendo o símbolo da armação e perseverança. Suas glórias permanecem anónimas, como a própria cidade que segurou o tempo, para que este não fugisse de si próprio. Esses braços abertos que não abraçam nada nem abraçam ninguém.

Não vai longe o tempo que viu nascer a mesquita Catamoyo: anos 70, a década que testemunhou a construção de uma das maiores da região norte de Moçambique. Essa mesquita refez o orgulho da cidade que já nessa altura vivia no limbo. Catamoyo, Nkatuní Mweyo conforme se deve dizer, para os entendidos significa “Venham vocês!”, frase pronunciada pelo povo da zona em resposta ao chamado dos portugueses quando as suas caravelas aportaram nas suas praias. A mesquita, esbelta e imponente, teria sido construída pelo então Senhor da Guerra, General Kaulza de Arriaga. Em seus sonhos e deambulações, um simples laço, “Nó Górdio”, daria o golpe final à revolução.


Apesar disso Arriaga, que jamais se importou com os homens perdidos em combate, ainda preserva as heranças culturais e religiosas. Trata-se de um milagre na história, um cristão que manda construir uma mesquita. Parece que precisamos de mais fontes para explicar este facto, quais são as verdadeiras razões?


Conta-se que Arriaga se apaixonara, perdidamente, por uma jovem inguriana: Amina Megji. Teria sido a sua beleza, como a de todas as mulheres ingurianas, que desfez o coração do maléfico general cristão. O amor terá passado as permeáveis fronteiras da crença. Nem importa se foi um efeito da guerra psicológica ou da pureza do amor. Catamoyo transformou-se num templo de fazer inveja. Fascinante maravilha, para seus crentes e sem dúvida merecedora de um lugar nos circuitos turísticos nacionais. Elegemos, vezes sem conta, as melhores praias e resorts do país. Todavia, nunca nos aventuramos na eleição dos melhores monumentos. Tarda a nomeação destes circuitos turísticos alternativos, obrigatórios, no país.





Um olhar cultural

Angoche perde um ritual popular

Maulide ou Maulita, um ritual inesquecível na memória dos velhos

A presença muçulmana no norte de Moçambique é resultado de um longo processo de "islamização", que se iniciou no litoral e se estendeu mais tarde para o interior. Importantes núcleos swahilizdos ter-se-iam formado na actual costa moçambicana, entre os séculos XII e XV, principalmente nas ilhas Querimbas – também chamadas de ilhas de Cabo Delgado –, em Quelimane, na Ilha de Moçambique, em Angoche e em Sofala (Newitt, 1995; Pouwells, 1987).

Maulide deriva da palavra árabe Mawlid, que significa "aniversário do Profeta". Em Moçambique, os teólogos muçulmanos, provenientes das camadas médias urbanas vinculadas ao sunismo, não aceitam a comemoração do Maulide com o argumento de que não existe nenhuma referência a ele no Alcorão ou nos Hadiths(dizeres do profeta). Utiliza-se a categoria "homens do Maulide" para se referir, genericamente, aos remanescentes da Confraria Ahmad al-Rifaiyya. Tanto os termos "homens do Maulide" como "pessoas do Maulide" são utilizados, no norte do país, para a identificação desse grupo. No entanto, os rituais realizados pelas pessoas do Maulide não têm, necessariamente, relação com a data vinculada ao nascimento do profeta Mohamed ou com o nascimento do fundador da confraria, de modo que essas cerimónias ocorrem, às vezes, para comemorar simplesmente algum acontecimento específico.

A existência dos homens do Maulide surge por meio de versões obscuras e quase clandestinas que circulavam em Nampula e na Ilha de Moçambique. As referências a esse grupo provinham de outros muçulmanos que, aparentemente, não concordavam com suas práticas, e eram feitas com frequência na forma de comentários fragmentados, difusos e misteriosos.

Comentava-se que as pessoas do Maulide realizavam cerimónias que consistiam em cânticos e danças frenéticas acompanhadas de actos de autoflagelação. Com efeito, esse grupo era popularmente conhecido – ou melhor, desconhecido – em virtude de realizarem um ritual, cujo diacrítico mais característico era o uso de estiletes metálicos, que os participantes em estado de transe cravavam no corpo e no rosto.

Os comentários desconexos sobre o Maulide oscilavam entre a busca de explicações causais ou simples descrições sobre tabus alimentares e resistência à dor: "eles fazem uma dieta especial, têm certos alimentos que não podem consumir: polvo, porco, alguns tipos de peixes, alguns tipos de caranguejo";

Estes homens cravavam-se facas no corpo, mas não saia sangue, não sentiam dor". Essas foram algumas formas que os rumores contavam. Realmente os mais velhos consideram que isto já existiu, mas era uma espécie de magia. E, que se tratava de um ritual cuja comemoração merecia destaque na população daquela época.

Onde vive Maulide? Onde encontrar essas pessoas? As memórias é que podem explicar, talvez num côncavo de porvir, porque hoje as crenças foram mergulhadas na barbárie e sujeitas ao esquecimento. Assim seja, mas os mais velhos sentem a saudade dela, principalmente quando vêem que as nossas sociedades estão repletas de brincadeiras imundas nos jovens, onde a convivência é alcolizada. Para Angoche, Maulide ainda é uma crença por reviver.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um olhar económico

Como viver em Angoche?


A cidade de Angoche(1) atravessa uma crise económica sem precedentes, depois de passado por períodos de prosperidade, praticamente, desde os meados do século XX até aos primeiros dez anos de independência.

O encerramento das principais unidades industriais – as três fábricas de processamento de caju, a fábrica de descasque de arroz, as duas empresas de pesca industrial, a empresa madeireira e uma salineira – transformou Angoche numa cidade estéril, abandonada à sua sorte. De “Angoche industrial” restam escombros e memórias nostálgicas de um passado áureo.

A crise industrial arrasta consigo a rede comercial que se reduza a pouquíssimos grossistas e pequenas mercearias, um talho e duas padarias. Milhares de Angocheanos estão condenados ao desemprego e à pobreza, gerindo os parcos recursos que retiram das machambas e do mar ou empenhando-se em pequenos negócios de carpintaria, alfaiataria e mecânica.

Dada a escassez de terra arável, a indisponibilidade de tecnologias, a inacessibilidade das

instituições de crédito e as limitações do mercado agrícola, a pesca artesanal é a grande alternativa para os angocheanos, na sua maioria associados em pequenas embarcações familiares e integrados numa ampla rede de pescadores, puxadores de rede, fumadores de peixe, secadores, transportadores, intermediários e revendedores. Contudo, a pesca artesanal enfrenta dois constrangimentos muito sérios: as dificuldades de acesso ao crédito e a prepotência dos pescadores industriais que impunemente assaltam as áreas reservadas à pesca artesanal e destroem as espécies.

Actualmente os mercados encontram-se vazios, os pequenos revendedores adquirem os seus produtos em Nampula e vendem a alto custo. A população fustigada por isto, abandona o Distrito para procurar as melhores condições na cidade capital. Em suma, com esta crise Mundial, como sobreviver num mundo destes ?


(1) A cidade de Angoche situa-se no litoral-norte da província de Nampula.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A ORIGEM DO NOME “ INGÚRI ”

Não sou o conhecedor das realidades, mas tenho uma curiosidade. Dizem que os dizeres populares são indispensáveis para modelar os valores da sociedade. Acredito que estes podem transformar crenças em princípios da verdade, assim como mostrar o potencial mitológico, na interpretação dos factos.

Se me permitem debruçar sobre a origem do nome INGÚRI, gostaria, em princípio transformar as crenças em ciência. Aliás, se não existe nenhum outro argumento para explicar a origem deste nome, então vamos aceitar o que nos é trazido pela transmissão oral.

Já que os mais velhos jogam um papel importante na reconstrução histórica, aproveito esclarecer as minhas dúvidas aproximando-os. Nas conversas que muitos jovens ignoram, vou buscar os meus pobres argumentos, inspirando-me nas ideias velhas para explicar o sentido etimológico do nome INGÚRI.

Contam eles, nos momentos eufóricos, que a palavra INGÚRI provém de uma grande árvore que na língua local se designava N’curi. A mesma era usada para os exorcismos e ordálios locais, na tentativa de criar uma mediação entre os preceitos da vida e o divino. É neste ponto onde decorriam as cerimónias, em caso de uma pandemia na comunidade. Pois, os líderes das comunidades circunvizinhas se reuniam, anualmente, em torno desta árvore para fazer o pedido de chuvas, cura das doenças, libertação de maus espíritos e a purificação das almas.

Ao longo do tempo, principalmente com a colonização portuguesa, o N’curi, nome de uma árvore teve que se assimilar para INGÚRI. Hoje o nome passou a designar o bairro mais populoso do Distrito de Angoche.

Recordar-vos, mais uma vez, que a nomenclatura dos nomes africanos não obedeceu um critério formal das realidades convincentes. Porém, foi a interpretação do colonizador, dententor do poder, que os nomes sofreram uma transformação fonética para se adequarem as pronúncias lusas.

Nem tudo é verdade, mas salientar que os nossos saberes orais nos levam aos horizontes científicos e os mais velhos devem servir de uma enciclopédia natural. Não de toda a ciência, mas de alguns factos para explicar a realidade quotidiana.